
Fui ao mercado essa semana e levei um susto quando
eu percebi que quatro reais não eram o suficiente pra comprar um quilo de
feijão. De acordo com o Dieese (Departamento Intersidical de Estatísticas e
Estudos Socioeconômicos – órgão responsável por estudar e descrever em números
a desgraça do pobre), em um ano, enquanto o salário mínimo aumentou 9%, o
aumento do preço da cesta básica já chega a 32,63% e está custando R$ 281,05. Numa
família de quatro pessoas esse custo sobe para R$ 843,15.
Para quem só ouve
falar e não sabe o que é, a cesta básica é um conjunto de produtos de alta
necessidade composta por alimentos, produto de limpeza e higiene pessoal. Mas
aqui no Brasil, onde muitos vivem com o salário que não dá pro mínimo, o DIEESE
utiliza a cesta básica só com comida, afinal, nós só precisamos disso pra
viver. Coisas como detergente e sabonete são fúteis. Só água limpa tudo. Papel
Higiênico? Pra que? Vamos aproveitar o que a natureza tem pra nos dar e limpar
a bunda com folha.

O preço do açúcar tem
andado salgado e o do óleo está melando o orçamento dos assalariados. Mas do
que nunca, hoje as pessoas devem seguir o exemplo de Jesus e multiplicar o pão,
porque tá muito caro comprar um pra cada um. Uma alternativa seria a batata
doce se o preço dela não tivesse tão amargo. Mas quem tá fazendo sucesso mesmo
é o tomate, que já está mais falado que o Deputado Marco Feliciano. Podendo
custar até mais de R$ 9,00, o tomate é a sensação das redes sociais e virou
símbolo de luxo e requinte, saindo da salada do brasileiro e encarecendo a
culinária italiana.
Como justificativa para tanto aumento, produtores
culpam o clima seco nas regiões semiáridas e em outras regiões produtoras onde
não tem chovido, prejudicando muito a agricultura e a pecuária. A realidade é
que em boa parte desses lugares o problema vem acontecendo a décadas. Órgãos de
imprensa alertavam sobre o problema, afinal, poucas reportagens eram mais
dramáticas e davam mais audiência do que as que tratavam sobre a seca do
nordeste, mesmo assim, nossos governantes não resolveram. O resultado disso é
que a seca parece ter se agravado e, no final, quem paga o pato é o consumidor
que tá tomando no bolso, onde dói mais.
Sem cansar de escutar que a cesta básica vai ficar
mais barata, a esperança dos brasileiros que essa situação melhore vai
crescendo junto com os preços. Já foi anunciado que não seriam cobrados alguns
impostos sobre os alimentos da cesta, mais até agora essa queda nos preços
estão mais enroladas pra começar que dieta de gordo preguiçoso. Talvez, se não
fosse por essas isenções, é possível que os preços estivessem ainda maiores. Procurar
por outras opções de alimentação mais barata não está adiantando muito porque
elas são raras, praticamente não existem outras opções mais baratas. Tá tudo
caro! E agora, presidenta?