domingo, 21 de abril de 2013

Cesta super básica


     Uma nação é forte quando seu povo é forte. Ela é poderosa quando seu povo é poderoso. Muitos políticos acham que o verdadeiro poder está nos cargos e na influência que isso pode lhes proporcionar, Indignados acham que o poder está nos ideais, pivetes acham que o poder está na Cyclone, valentões acham que o poder está na força física, peruas acham que o poder está no salto, He-Man acha que o poder está em Grayskull e pagodeiros acham que o poder está na Tcheca. Mas, para o pobre, poder mesmo é o aquisitivo, que tem ficado, nas últimas semanas, mais curto que o salário mínimo. (As pessoas até acham isso importante, mas nada se compara com a homossexualidade de Daniela Mercury. E a Coréia que se exploda!).
      Fui ao mercado essa semana e levei um susto quando eu percebi que quatro reais não eram o suficiente pra comprar um quilo de feijão. De acordo com o Dieese (Departamento Intersidical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – órgão responsável por estudar e descrever em números a desgraça do pobre), em um ano, enquanto o salário mínimo aumentou 9%, o aumento do preço da cesta básica já chega a 32,63% e está custando R$ 281,05. Numa família de quatro pessoas esse custo sobe para R$ 843,15. 
      Para quem só ouve falar e não sabe o que é, a cesta básica é um conjunto de produtos de alta necessidade composta por alimentos, produto de limpeza e higiene pessoal. Mas aqui no Brasil, onde muitos vivem com o salário que não dá pro mínimo, o DIEESE utiliza a cesta básica só com comida, afinal, nós só precisamos disso pra viver. Coisas como detergente e sabonete são fúteis. Só água limpa tudo. Papel Higiênico? Pra que? Vamos aproveitar o que a natureza tem pra nos dar e limpar a bunda com folha. 
      Ao invés de termos uma super cesta básica, temos uma cesta super básica composta de apenas treze produtos: Carne, Leite, Feijão, Arroz, Farinha, Batata, Tomate, Café, Pão, Açúcar, Óleo, Manteiga ou Margarina e frutas como Banana ou Maçã. Está tudo a preço de banana, considerando que ela subiu 20,57% só no mês passado. O preço da calabresa está custando um absurdo, parece até que o porco tá entrando em extinção. A farinha teve mais um aumento recentemente de 12,34%. Com a farinha custando R$7,00 o quilo, nem Exu vai querer comer farofa. Podendo custar entre 3 a 4 reais por 200 gramas, o preço do leite está nas alturas, o que me deixaria revoltado se eu não fosse intolerante à lactose.
      O preço do açúcar tem andado salgado e o do óleo está melando o orçamento dos assalariados. Mas do que nunca, hoje as pessoas devem seguir o exemplo de Jesus e multiplicar o pão, porque tá muito caro comprar um pra cada um. Uma alternativa seria a batata doce se o preço dela não tivesse tão amargo. Mas quem tá fazendo sucesso mesmo é o tomate, que já está mais falado que o Deputado Marco Feliciano. Podendo custar até mais de R$ 9,00, o tomate é a sensação das redes sociais e virou símbolo de luxo e requinte, saindo da salada do brasileiro e encarecendo a culinária italiana.


      Como justificativa para tanto aumento, produtores culpam o clima seco nas regiões semiáridas e em outras regiões produtoras onde não tem chovido, prejudicando muito a agricultura e a pecuária. A realidade é que em boa parte desses lugares o problema vem acontecendo a décadas. Órgãos de imprensa alertavam sobre o problema, afinal, poucas reportagens eram mais dramáticas e davam mais audiência do que as que tratavam sobre a seca do nordeste, mesmo assim, nossos governantes não resolveram. O resultado disso é que a seca parece ter se agravado e, no final, quem paga o pato é o consumidor que tá tomando no bolso, onde dói mais.
     
Sem cansar de escutar que a cesta básica vai ficar mais barata, a esperança dos brasileiros que essa situação melhore vai crescendo junto com os preços. Já foi anunciado que não seriam cobrados alguns impostos sobre os alimentos da cesta, mais até agora essa queda nos preços estão mais enroladas pra começar que dieta de gordo preguiçoso. Talvez, se não fosse por essas isenções, é possível que os preços estivessem ainda maiores. Procurar por outras opções de alimentação mais barata não está adiantando muito porque elas são raras, praticamente não existem outras opções mais baratas. Tá tudo caro! E agora, presidenta?

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