Fonte da imagem: Portal do Correio da Bahia |
Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, mais conhecida como Irmã Dulce (Maria Rita recebeu o nome da mãe, Dulce, após tornar-se freira), foi uma mulher que, desde menina, já dedicava-se a proporcionar assistencia aos mais pobres da maneira que estivesse ao seu alcance. Com este objetivo, a soteropolitana Maria Rita fez várias obras de caridade chamando a atenção do povo pela sua bondade e determinação em dedicar a sua vida pelos mais necessitados. Nesse último Domingo, 22 de Maio de 2011, Irmã Dulce foi beatificada. Mas, alguém aí sabe o que é Beatificação?
Beatificação é uma das etapas do processo de Canonização da Igreja Católica. Você deve estar se perguntando agora o que é Canonização. Canonização é um processo que dá a uma pessoa o status de Santo com o reconhecimento da Igreja Católica, como São Valentim e São pedro. Só pra deixar bem claro, Canonização é diferente de Santificação. A santificação é aperfeiçoamento pelo qual uma pessoa pode passar para distanciar-se do pecado, chegando mais próximo da "perfeição divina". Já a Canonização, como eu tinha dito anteriormente, é apenas um processo que dá a um ser humano o status de Santo.
Para alguém ser canonizado, ou seja, para a Igreja Católica dar a alguém o status de santo, tem que passar pelas seguintes etapas:
De acordo com o Wikipédia, Servo de Deus é o título que a Igreja Católica dá a uma pessoa cujo processo de canonização foi aberto. Essa é a primeira das quatro etapas do processo de canonização. No próximo passo, o candidato a santo recebe o título de Venerável, depois de o Pontífice (Papa) decretar que essa pessoa, em vida, destacou-se pelas suas virtudes cristãs heroicamente vividas ou pela honra do martírio. Após confirmado um milagre obtido pela intercessão do Venerável, ele obtém o título de Beato, e, após comprovado um segundo milagre, ocorrido após a beatificação, atribui-se a essa pessoa o título de Santo.
Investigado e aceito pelo Vaticano, o milagre que Beatificou Irmã Dulce, agora entitulada Bem Aventurada Dulce dos Pobres, ocorreu da seguinte forma:
De acordo com o portal Canção Nova Notícias, após o parto, Cláudia Cristiane de Araújo teve hemorragia durante 16 horas, estava bem perto de morrer. A pedido dos familiares da paciente, uma relíquia de Irmã Dulce foi levada às pressas para a sala de cirurgia. O sangramento cessou no exato instante em que a relíquia chegou à sala. Do ponto de vista da ciência não há como explicar o fato. Existem vários critérios para se considerar o que é ou não milagre. "Ser sobrenatural, ser imediato e instantâneo, e ser pela intercessão de Irmã Dulce. Dentro desses critérios, nós percebemos que o mais instantâneo foi esse milagre que foi utilizado na beatificação de Irmã Dulce", explica padre Alberto Montealegre.
A "autenticação" do milagre passa por uma Congregação para a Causa dos Santos, onde existem peritos em história e teologia de varios cantos do mundo, peritos espirituais, conselho de medicos, congresso especial de teólogos e uma Congregação de Cardeais e Bispos. Mas quem dá a palavra final é o Papa.
Papa Bento XVI |
Visita do Papa João Paulo a Irmã Dulce |
Percebam nessa história toda, que são homens decidindo quem é ou não santo. Isso, de certa forma, não seria uma contradição? Como seres humanos podem decidir que um outro ser humano é santo? Expondo a minha opnião cristã, acredito que Irmã Dulce tenha sido uma ferramenta muito usada por Deus em mais uma das inumeras maneiras que ele tem de propagar o bem entre a humanidade. Isso não significa que ela é uma Santa. Que Deus me perdoe se eu estiver errado, mas eu acredito que, por mais que Dulce tenha sido maravilhosa, Santo mesmo é só o Senhor Deus todo poderoso e o seu filho Jesus Cristo. Acredito que outras pessoas tenham uma opnião diferente da minha e eu estou disposto a ouvi-las, afinal, toda opnião procedente dita por alguém consciente merece respeito. Não estou com isso menosprezando o trabalho de irmã Dulce que foi esplendido, algo que dificilmente alguém terá a dedicação, a determinação, a generosidade, a coragem, a fé e o autruísmo que a Bem aventurada Dulce dos Pobres teve. Só penso que a Beatificação já seria o suficiente para Dulce e para qualquer outra pessoa tão grandiosa quanto ela. Novamente eu me pergunto: Como pode homens, de carne e osso, decidirem quem é e quem não é Santo?
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Muita boa a sua análise. Só tem uma coisinha que acho diferetente de você. Eu diria que perfeito só o Senhor Deus e seu filho Jesus, poi segundo a bíblia quando aceitamos Jesus como nosso Salvador e obedecemos a sua palavra nos tornamos santos 9santos que quer dizer separados). Isso não significa que não vamos pecar, pois somos humanos.
ResponderExcluirSou avangélica, mas Irmã Dulce é um exemplo de caridade a ser seguido. O que ela fez pelas pessoas necessitadas ninguém irá mudar e é um mérito dela.
Hum! Foi bom esse esclarecimento, Adriana. Mas, me diga... O que esse "Seperados" significa exatamente? Separados de que ou de quem? Como é essa separação? No que se baseia isso?
ResponderExcluirSeria uma espécie de "separação" das coisas que não agradam a Deus e que as pessoas fazem. Então tentamos agir diferente dessas pessoas.
ResponderExcluir"O sangramento cessou no exato instante em que a relíquia chegou à sala. Do ponto de vista da ciência não há como explicar o fato. " Claro que a ciência não explica; mas a coincidência sim! Estatisticamente, é mais fácil um raio cair em sua cabeça do que ganhar na Mega-Sena, e nem por isso quem ganha vira Santo ou é Beatificado.
ResponderExcluirOutra coisa, você falou que "Isso não significa que ela é uma Santa. Que Deus me perdoe se eu estiver errado, mas eu acredito que..." Se você observar bem, trata-se apenas de um elemento de crença de igual valor: você não pode afirmar que ela não é santa, como não pode afirmar que é santa. Você não tem como provar que sua opinião é mais correta que aquela da qual argumenta. Portanto, tanto faz dizer que ela é Santa ou que não é, já que nenhuma das argumentações podem ser verificadas (a menos que alguém ache no catálogo o telefone de Deus). haha.
rsrsrrs! Sua opnião foi interessante S. B. Você claramente tem uma opnião que busca a razão. Esse é o paradigma da fé. A razão dela é o "não ver para crer". Se existir explicação, deixará de ser fé e passará a ser comprovação. Essas pessoas que acreditam em Irmã Dulce, com certeza, vão concordar comigo. Não o condeno por tentar encontrar a razão nas coisas. É um raciocínio lógico e normal mas, é um pensamento anormal das pessoas ditas normais. Isso depende também do que classificamos como normal.
ResponderExcluirSua escrita e argumentação está cada vez melhor, parabéns!
ResponderExcluirRapaz, os argumentos que eu utilizo acerca da racionalidade são os que estão em voga; mas existem outros, para além da razão, que são de caráter histórico e filosófico e que estabelecem a crítica do pensamento judaico-cristão. E muito mais do que você pensa! Existem autores famosos recentes como Edgar Morin, Richard Dawkins e Carl Sagan que estabelecem essa crítica hoje e são boas leituras (é importante que você os leia, não precisa concordar com os mesmos).
Com relação ao pensamento científico, ele não é a rigor um "ver para crer"; Mesmo na ciência a teorização antecede a experiência (chamado 'método dedutivo'). Tem um autor (o nome dele é Popper), inclusive, que distingue ciência de não-ciência (religião, senso-comum, etc) a partir do seguinte principio: é possível demonstrar que uma teoria pode estar errada? Se é possível, ela poderá ser científica; se não for, é qualquer outra coisa. Isso apenas significa que a ciência é rigorosa, exige saber crítico (para o saber do outro) e auto-crítico (para o saber de si mesmo). Não quer dizer que é um saber melhor que a religião.
Ainda que eu tenha falado tudo isso, quero deixar claro que meu sarcasmo de há pouco não significa dogmatismo com a ciência ou com a racionalidade. Concordo que mesmo a razão seja criticada, desde que a crítica seja também esteja disponível a crítica, como um círculo em que o saber se constrói.
P.s. Ainda bem que você "não me condena"! O crente que pregou no buzu hoje provavelmente me condenaria se lesse isso, hahahaha!
Que bom S.B., que você pensa assim e que, apesar das nossas opiniões divergirem em alguns aspectos, você sente-se satisfeito em opinar e ouvir opiniões contrarias ao ponto de fazer piada no final do comentário. Você afirmou que o pensamento científico não é, a rigor, um "ver para crer". E, no mesmo comentário, você prova o contrário, ao afirmar que uma teoria científica pode estar errada e ser considerada não-ciência, e que a ciência é rigorosa, exigindo saber crítico e auto-crítico. OU SEJA: A ciência questiona tanto que chega a duvidar dela mesmo. Levando em consideração esse raciocínio, conclui-se que a própria ciência não se dá a devida credibilidade, fazendo com que o caminho da ciência pareça tão ilógico quanto o caminho da fé parece ser pra você! E me poupe dessa história de que é aí que se encontra a humildade da ciência ou do ateísmo. Você sabe que isso não cola.
ResponderExcluirAdmita: "AGORA EU TE PEGUEI!"
É impressão minha ou você andou decorando meus argumentos? (risos)
ResponderExcluirObserve que não há contradição na argumentação: afirmar que uma teoria, para ser considerada científica, basta ser passível de crítica (o termo original é 'falseada') não implica na afirmação do "ver para crer". Observe que muitas questões na ciência envolvem aplicação da tecnologia (e, portanto, aplicação prática) de conhecimentos produzidos na Física Teórica, de uma rigorosa abstração. Por exemplo: hoje temos um modelo puramente teórico de átomo que permite o uso da energia nuclear em usinas e tratamentos de saúde em muitos países. Ninguém hoje viu um elétron, ele é um construto teórico. Agora eu te pergunto: a bomba atômica funciona ou não funciona?
Eu sou da opinião que há sim, grande humildade na postura científica, que é aberta, de permitir a auto-crítica. Qualquer pensamento que se fecha sobre si mesmo é dogmático por natureza, porque se impossibilita de ser criticado, conduzindo à cegueira, ignorância e ao totalitarismo. Aquele que diz que "eu detenho a verdade" automaticamente completa com um "...e você não". Para piorar, ele também acrescenta que "te farei um bem, se eu impor a minha ideia sobre a sua". É assim que o raciocínio ilógico da fé na verdade, seja ela qual for, se habilita a cometer as maiores atrocidades em nome da mesma, como várias vezes a história já nos provou. Tanto no pensamento religioso quanto político (veja as cruzadas, o nazismo de Hitler, o comunismo de Mao Tsé, a intolerância entre Protestantes e praticantes de Candomblé, ou o conflito entre Judeus e Islâmicos na atualidade).
A título de comentário, seria bom divulgar o blog Polegar Opositor, que tem um bom e velho trabalho na divulgação do que é a ciência: http://polegaropositor.com.br/2007/07/
ResponderExcluirO esclarecimento dos princípios básicos da ciência se encontram neste link, que aponta para as primeiras postagem no site. Recomendo a leitura de baixo para cima (observando-se, obviamente, que as postagens mais antigas ficam abaixo).
P.s. recomendo a leitura não para fazer propaganda, mas porque tem pertinência para o que estamos discutindo e para quem quiser saber mais sobre.
Tanto no pensamento religioso quanto político (veja as cruzadas, o nazismo de Hitler, o comunismo de Mao Tsé, a intolerância entre Protestantes e praticantes de Candomblé, ou o conflito entre Judeus e Islâmicos na atualidade) existiram interesses sociais e econômicos nessas partes da história citadas por vc. O que causou as "maiores atrocidades" não foi a fé, foi a intolerância religiosa. Nós possuímos essa tolerância, já que somos de religiões quase que opostas e conseguirmos discutir isso sem cometermos nenhuma "atrocidade".
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