terça-feira, 7 de junho de 2011

O Ensino público e seus constrangimentos

"O Brasil está cheio de animais extintos que estão passando por péssimas condições de vida."

Escutei essa frase e achei muito legal a preocupação com os animais que uma aluna do 3º ano do ensino médio de uma escola pública estadual demonstrou. Infelizmente, esse é o único ponto positivo que eu encontrei nessa afirmação dela. Só por questões de esclarecimento vamos consultar o dicionário:

Extinto: adj. Que deixou de existir; findo, acabado: raças extintas.
S.m. Indivíduo que morreu.

Como é que pode um animal extinto está passando por péssimas condições de vida? Eu não acredito que essa menina estuda na mesma escola que eu estudei. Vá meter vergonha assim no diabo!!!! É triste ter q admitir isso mas a maioria das pessoas que vivem nesse país tem pouco estudo ou foi mal orientado pela familia que também teve pouco estudo. Por isso os nossos governantes fizeram projetos de conscientização e incentivo para que os pais coloquem seus filhos na escola. Só tão faltando pagar para o povo estudar! Aliás, até isso eles já fizeram com o Bolsa Escola. Vamos seguir as campanhas que passam nos órgaos de imprensa e vamos para escola.
Chegando na escola encontramos uma verdadeira bola de neve de problemas que causam outros. Os alunos estão desacreditados. Eles mesmos acham que não são capazes e que a escola particular é melhor que a deles. Muitos professores também acham o mesmo e não se dedicam muito ao trabalho. Até porque, alguns que se dedicaram e, por consequencia, pegaram no pé de alguns alunos para que eles tenham um futuro melhor, acabaram sendo, em alguns casos, ameaçados de morte ou agredidos verbal ou fisicamente.
Eu conheci alguns garotos que estão na 6ª série e ainda não dominam a leitura. Pior, conheci uma menina da terceira série que chama "f" de gê e "g" de efe. Uma alagoana, estudante do 1º ano, que é amiga de um colega meu, brigou comigo porque eu descordei quando ela afirmou que Alagoas é a capital de Maceió. Lembrem-se: Ela é Alagoana!
Os alunos desmotivados não prestam atencão na aula por desinteresse causado por preguiça, falta de perspectivas de vida, acomodação e também por falta de base. Vocês podem não concordar (Comentem caso não concordem. Se concordarem comentem também), mas falta de base causa preguiça e má vontade de estudar. Vou dar um exemplo:
Um garoto do ensino médio resolvia uma conta em que teve de operar com duas frações.



O que mais me deprimiu foi quando eu li umas redações de alunos do 3º ano do Ensino Médio de uma escola pública. Veja alguns trechos:

"A televisão passa muita coisa que nos enriquece de uma forma pobre, pois ficamos aviciados nela."

Como se enriquece de uma forma pobre? O vocabulário dela que é uma pobreza. Se ela tivesse um conhecimento melhor das palavras de sua lingua nativa não daria essa pedrada. Talvez ela devesse, como ela mesmo diz, ser aviciada em leitura. O nosso povo precisa de ler. Comecem pelo meu blog! (A propaganada é a alma do negócio.)

"A televisão ensina coisa boa que não presta."

Não poderia ter sido mais coerente!

"Todos podem ter televisão paga porque é nessessário pra se livrar dos programas da televisão de graça porque tudo que é de graça não presta."

Para vocês que não sabem, todo mundo nesse país tem condições de adquirir TV por assinatura.
Talvez ela esteja certa em achar que tudo que é de graça não presta, porque se ela pagasse um professor, ela saberia que a potuação é necessária (com "c") para um melhor entendimento do leitor. Evitar a repetição de palavras também é um igrediente importante para um bom texto.

Veja algumas estatisticas que retratam os problemas da educação brasileira e algumas medidas que podem ser tomadas para, possivelmente, solucionar o problema. (Fonte: BrasilEscola)

Hoje, no Brasil, 97% dos estudantes com idade entre 7 e 14 anos se encontram na escola, no entanto, o restante desse percentual, 3%, respondem por aproximadamente 1,5 milhão de pessoas com idade escolar que estão fora da sala de aula.

• Para cada 100 alunos que entram na primeira série, somente 47 terminam o 9º ano na idade correspondente, 14 concluem o ensino médio sem interrupção e apenas 11 chegam à universidade.


• 61% dos alunos do 5º ano não conseguem interpretar textos simples. 60% dos alunos do 9º ano não interpretam textos dissertativos.


• 65% dos alunos do 5º ano não dominam o cálculo, 60% dos alunos do 9º ano não sabem realizar cálculos de porcentagem.

Medidas que possivelmente poderão combater os índices acima apresentados:

Mobilização da sociedade para a importância que a Educação exerce.


• Direcionamento de recursos financeiros para escolas e professores.


• Valorização do profissional da educação.


• Implantação de medidas políticas educacionais a longo prazo.

Recentemente a professora Amanda Gurgel ficou conhecida por desabafar a precariedade do ensino público na camara de deputados do Rio Grande do Norte. Fica aqui o vídeo do depoimento da professora. Se vocês não ainda não assistiram, assistam. É muito bom! Dêem a sua opnião no espaço para comentários no final do post. Um abraço a todos e até a próxima postagem.


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LEIA MAIS SOBRE OUTROS PROBLEMAS QUE ENVOLVEM A SOCIEDADE:

4 comentários:

  1. Seu post foi muito bom. Ressaltou bem a notória precariedade do ensino público brasileiro.

    Mas o vídeo da professara foi d+. Eu gosto de ver que ainda existe gente disposta a lutar pelo que é certo nesse mundo. Fiquei impressionado e feliz com essa professora.

    Abraço!

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  2. Eu também gostei muito da professora. Mas porque será que deixaram o tema morrer?

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  3. É mesmo trite a realidade atual da educação... gostei muito do texto, um toque procurar não usar internetês a menos que assim deseje de fato....

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  4. rsrsrsrs! Obrigado pelo toque! Não foi intencional. É o costume de digitar assim no PC. Se eu fizesse primeiro no papel ou usasse o Word, isso seria evitado. Mas agora eu faço tudo no Word.

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