domingo, 12 de junho de 2011

Pagode Baiano - "Na Geral"



"Quer comer, quer beber
Se esconder no meu fumê
Da rolé pra onde quer se passando por minha mulher
Mas na hora "H" diz que ta passando mal
Tô ligado na sua fama vou te botar na Geral"



O "Fumê" citado na musica deve
ser mais ou menos assim...
Vocês que são mulheres, me respondam: Vocês são assim mesmo?  Vocês saem com os homens só pra andar de carro, comer e beber? Eu acho que não, mas o compositor pensa diferente. Na história da música, o cara leva a mulher de carro pra sair e beber pra depois ter relações sexuais com ela. Vejam que mentalidade desgraçada:
        A música coloca a mulher como João e Maria, que são atráidos por migalhas de pão até uma casa feitas de doces onde engordam e ficam prontos para serem comidos pela bruxa, ou como uma galinha que recebe hormônio de crescimento para ficar grande, gorda e depois ir pra panela. (Só pra deixar claro, a galinha brasileira não recebe hormônio. Elas recebem os "promotores de crescimento", que são enzimas, proteínas, vitaminas e os chamados probióticos, que aumentam a absorção de nutrientes, fazendo o organismo da ave aproveitar ao máximo o alimento - "Dizendo o que quer!" também é cultura!).
João e Maria caindo nos doces. É
melhor do que colocar a foto de uma
mulher enchendo a cara de cerveja!
A letra da música também fala que a mulher passa mal na hora "H", e que é algo que ela já está famosa em fazer. Ou seja, a mulher na música é mesmo uma piriguete. Na opnião do compositor, ela é pior do que uma piriguete, ela é uma piriguete que não quer transar. E podem ter certeza que, para esse povo, isso é muito, muito ruim! Se por um acaso o seu filho pequeno te perguntar que hora "H" é essa, diz pra ele que é a "Hora de Morfar" e reze pra ele nao perceber que "Morfar" começa com M.
"... vou te botar na geral" é o final do último verso visto acima. Essa expressão geralmente significa que quem afirma vai espalhar para outras pessoas algo sobre o acusado, vai coloca-lo na "boca do povo"! Porém, ele dá uma explicação diferente do que isso significa:

"E a geral é assim
É assim que é a Geral


Em cima pau
Em baixo pau
Na frente pau
De quatro pau (ou craw)"

Vocal de apoio de verdade é assim!
Na concepção do compositor, o pau parece vir de todos as direções. No último verso fica claro que não era uma questão de direção, e sim de posição. Posição sexual. Eu imagino o vocalista cantando isso, com pau na boca o tempo todo. Ele fala essa palavra quatro vezes a cada vez que ele canta o refrão. A última palavra pau do verso é cantada na música pelos Back Vocal (Vocal de apoio) da banda. Mas vocês já devem ter percebido que os Backs dessas bandinhas de pagode baianas geralmente são homens e, por tradição, são péssimos e não cantam de forma clara, dificultando o entendimento da letra da música dita por eles. Então não dá pra dizer se eles dizem pau mesmo ou se eles dizem craw. Me pareceu craw mas eu fiquei na dúvida, ainda mais que as letras de pagode tem o péssimo costume de serem repetitivas e pouco criativas, o que reforça a hipótese de ser pau mesmo. Eu queria deixar bem claro aqui que quando eu coloco a palavra pau em negrito, eu não estou fazendo nenhuma alusão a uma determinada raça que tem uma média de tamanho de pênis maior que as outras graças a seu potencial genético.
Bem... Vamos continuar com o estudo do restante da letra da música. Esperem... parece que a letra da música é só aquilo ali mesmo. Então vamos observar alguns aspectos da música:

- Como a maioria das letras de música de pagode baiano atual, a música faz apologia a relação sexual de forma suficientemente clara no refrão.
- Como também é hábito nas músicas de pagode, eles usaram o nome de um elemento da natureza, o pau, para substituir o nome do órgão sexual masculino.
- A mulher é dependente do homem ou tem que ser "comprada" com futilidades (como bebida, comida e carro, no caso dessa música) para ela ter a companhia conquistada. Na verdade, não é bem a companhia que o homem quer da mulher, de acordo com a letra.
- Outro fator importante de ser analisado nessa música é que, durante seus 238 segundos, 16 são de introdução, 24 são daquele finalzinho, apenas 38 são de letra real (desenvolvimento, que conta a história da música) incluindo, ainda dentro desses 38 segundos, um tempinho sem letra, e absurdos 96 segundos são de refrão. Ou seja: Aproximadamente 55% da música, o que representa mais da metade, é feita de um refrão curto, chato, e extremamente repetitivo. Somente 16% do tempo dessa música abrange seu desenvolvimento, possui letra real.

Eu não sei como alguém pode sentir orgulho de criar uma música infame como essa, com menos de 60 palavras (incluindo monossílabos, artigos e porposições e palavras repetidas) e divulgar isso pra todo mundo escutar.
Eu não sei como alguém pode escutar uma música infame como essa, com menos de 60 palavras (incluindo monossílabos, artigos e porposições e palavras repetidas) e colocar na mala do carro pra todo mundo escutar, inclusive crianças.
Eu não sei como alguém pode divulgar na sua rádio uma música infame como essa, com menos de 60 palavras (incluindo monossílabos, artigos e porposições e palavras repetidas), para todo mundo escutar em suas próprias casas, inclusive crinças.

Viram como eu fui chato de tão repetitivo no que eu escrevi acima? É assim que os compositores de música de pagode baiano estão fazendo com suas letras. Só que como é uma música muito dancante, algumas pessoas se preocupam mais em balancar a bunda e executar aquelas coreografias obscenas do que em prestar atenção na letra, podendo assim perceber a falta de qualidade que estão ouvindo.

Eu vou continuar aqui, sempre que achar necessário, mostrando para vocês o quanto esse pagode nos prejudica e nos ofende, chamando a atenção dos meus leitores para o que realmente a mídia baiano está passando para nós. Pelo menos eu estou fazendo a minha parte.

Agora é a vez de vocês dizerem o que vocês acham. Essa música é ou não uma ofensa no seu ponto de vista? E você que é mulher, concorda com essa forma de ser vista? Você que é homem, pensa como o compositor dessa música sobre as mulheres? Elas tem que ser compradas com comida, carro e cerveja ou cachaça? Comente! Dê a sua opnião!

Um abraço e até a próxima postagem!


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18 comentários:

  1. a questão é , que muitas a pessoas ouvi as musicas por causa da batida nem se ligam muito na LETRA

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  2. Você está certíssimo. Eu, por exemplo, odeio a letra, mas gosto muito do ritmo do pagode. O problema é que eu conheci muitas crianças que se ligam na letra e algumas até já me perguntaram sobre ela. E, infelizmente, por mais que se diga que cada um tem sua índole, música sempre influencia de algum modo uma pessoa. No minimo, faz parar pra pensar. É como a fé, que vem do ouvir. É como a propaganda da BOM BRIL que, de tanto agente ver, fez com que chamássemos de BOM BRIL qualquer esponja de aço. As coisas repetitivas, como uma música muito tocada, funcionam da mesma forma na nossa cabeça.

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  3. O anônimo disse exatamente o que eu ia dizer. As pessoas ouvem pagode pelo ritmo, a melodia (se é que isso é melodia). Não se preocupam em analisar se a letra tem conteúdo que pode ser "digerido". A maioria das músicas de pagode só passam idéias obscenas, o que para um povo sem índice considerável de educação, não faz a menor diferença. Se os pagodes ainda fossem do estilo do Harmonia do Samba, a coisa seria melhor, mas desse jeito... E não só o pagode, a música baiana está ruindo, salve-se algumas exceções.

    Fico na torcida pra que um dia a educação ponha consciência crítica nas pessoas, e as ciosas possam melhorar.

    Abraço!

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  4. Wellington, acho que vc vai ter que torcer ainda mais pra melhorar porque, eu vi uma música lançada por um grupo de pagode baiano em que o refrão é "Chupa aqui pra ver se sai leite!". Gente, pelo amor de Deus. Vamos parar de tratar os imorais como celebridades, por favor!

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  5. Sinceramente eu ainda não tinha ouvido essa "música", mas já ouvi outras no mesmo nível (baixo, diga-se de passagem).. Me ofende sim e muito.

    Concordo com tudo que vocês disseram... Mas infelizmente, apartir do momento que as mulheres ouvem, cantam, dançam, riem, propagam e até mesmo algumas gosta deste tipo de "música" (se é que pode ser chamado assim), então, elas mesmas estão aceitando serem desvalorizadas.

    O grande problema em questão é a formação das crianças, os meninos, provavelmente, não vão valorizar as mulher, e as meninas vão achar isso normal.. E esse tipo de atitude não é normal.

    Tanto o homem quanto a mulher devem ser respeitados, porém nas letras das "músicas" do pagode baiano ou funk carioca/paulista, o que acontece é o oposto, fato... E os principais prejudicados somos nós mesmos que temos que conviver com esse tipo de coisa.

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  6. Perdoem-me pelos meus erros no comentário anterior, mas estava no trabalho e lendo o seu blog escondida... Mas de qualquer forma deixei minha opinião e espero que entendam.

    Beijos

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  7. Concordo...
    Curto muito o ritmo do pagode, mas as letras são realmente uma ofensa, não só as mulheres...

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  8. Que bom que você concorda. Mas eu acharia ainda melhor se comentasse aqui alguém que descorda, e que colocasse as coisas com uma outra visão? Não tem ninguém que descorde? Podem comentar! Continuem comentando aqueles que concordam também!

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  9. Como mulher me sinto extremamente ofendida com algumas "letras".Tanto que me recuso a sequer escutá-las, na medida do possível (visto que hoje, todo mundo quer ser Dj bus). Gosto também do som. Acho que as pessoas sim, escutam as letras, mas preferem não pensar sobre elas para não precisar se posicionar sobre. O mais interessante, que percebo é que quanto mais ofensiva e degradante, maior é o alcance e aceitação por parte da maioria das pessoas. O que penso é que hj existem diferenciais dentro do pagode, o que podemos fazer é boicotar alguns tipos de "músicas"(se é que podemos classificá-las assim)e enaltecer outras, para mostrarmos (principalmente nós mulheres), nossa opinião.

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  10. Por outro lado, fazendo a advogada do diabo... As letras, tem em si conteúdos machistas, por que todas elas estão de encontro contra uma lógica machista de visão de mundo. A mulher apontada como cachorra e/ ou piriguete é aquela que não aceita mais o papel de coadjuvante e serviçal posto pelo sexo oposto. É aquela que reivindicar liberdade sexual e que se pensa de igual para igual com o homem. Aquela que não só aceita a ser usada por ele, mas que também o usa. É a inversão da lógica, se o homem paga comida, bebida ou ida de carro a mulher, esperando sexo em troca e se achando muito esperto. Ela pode muito bem colocar que não houve acordo prévio, não havendo promessa ou obrigação de nenhum tipo de retribuição. Pagou porque quis, nada foi prometido(nesse sentido, quem é o esperto e quem foi o enganado na história?). É isso que o homem atual não aceita e é isso que as músicas de pagode refletem. Um homem em crise com a quebra da autoridade e supremacia masculina, não aceitando que o mundo mudou e com ele as mulheres e sua forma de pensar...

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  11. Eles criam (se é que da para chamar de criação) essas músicas pq as pessoas ouvem, e as pessoas ouvem pq a educação no Brasil é uma merda. Uma pessoa com nivel de inteligencia normmal, não ouve isso.
    exemplo: Meu vizinho que poe o pagode alto, não sabe o que é uma planta.
    Minha vizinha que ouve isso, não sabe o fazer uma conta de dividir.
    Então qualquer compisação merda vai ser MASSAAA para eles.

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  12. vc precisa ver esse vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=OLWcnNNEa_o

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  13. ESSE TA MAIS COMPLETO http://www.youtube.com/watch?v=33Xh6dnp12c&NR=1
    Geronimo fala sobre futuro do pagode.

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  14. ESSE TAMBÉM: http://www.youtube.com/watch?v=OFDiGlC6R5Y&feature=related

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  15. Para mim música é conjunto. É melodia, som, batida voz e letra... e as pessoas deviam começar a apurar isso também. Tem uma tal de "A Bronkka" que tem músicas que fazem apologia as drogas e meio mundo de safado dançando a música e depois um colega meu veio se tocar que era a respeito da maconha que ele estava falando.
    Talvez seja porque eu sou bailarina, sou acostumada a dançar determinada coisa, a ouvir para dançar outras que eu acho muito estúpido o argumento de não se preocupar com a letra. É o mesmo que dizer que toma banho na malária sem se preocupar com verme porque é água do mesmo jeito...

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  16. kkkkkkkkkkkkkkk!! Essa da malária foi ótima! Gostei da comparação, Lavínia!

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  17. Acho q a letra está direcionada a um grupo especifico de mulher,ou a uma só mulher.

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